quarta-feira, 12 de maio de 2010

Mea culpa, mea maxima culpa...


Mas fujo do quê? Fujo do quê?
Do enredo que eu próprio criei?
Abandono-me a esta auto-comiseração, esta piedade, esta indiferença a que me voto.
Eventualmente irei esquecer-me de viver quando tu te esqueceres do que vivi.
O teu ar trespassa o meu corpo como punhais azuis lançados lá bem do alto pelos deuses.
Abro os meus braços, recebo-te.
A princípio receoso, por fim resignado.
Nada poderia ter feito para te impedir.
És a morte, a vida, a transgressão, o sangue, a paixão, o amor.
Quem sou eu para implorar o teu perdão?

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