letárgico conflito
vida e morte
duelo inacessível dos sentidos
assistir ao desfolhar do sol a cada dia
sem que estejas presente no ocaso
e cada doloroso amanhecer das praias
resguarda o sabor das ondas que me arrastam
sem resistir até não poder mais
perdido para sempre na lembrança do que foi
enquanto as asas de pássaros feridos no infinito
se prolongam nos meus braços
desenhando tranquilas o meu fim
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Miragem
Não
Não foste tu que nasceste para me salvar
nem eu a ti
Na ilusão do sangue nem sei mesmo se existes
se ao respirar dás vida ao vento
e se ao chorar
se enchem de murmúrios as águas pelo caminho
Mas é em ti que repousa este silêncio
desditas fortuna cansaço deslumbramento
nos teus olhos o meu ninho
o meu tormento
Agarra-me
com as mãos etéreas da distância
Beija-me
sôfrega esfomeada milenar
Não deixes que pare de te sonhar
Não temo a desilusão
Pois até numa miragem
existe consolo
esperança
eternidade
e salvação
Não foste tu que nasceste para me salvar
nem eu a ti
Na ilusão do sangue nem sei mesmo se existes
se ao respirar dás vida ao vento
e se ao chorar
se enchem de murmúrios as águas pelo caminho
Mas é em ti que repousa este silêncio
desditas fortuna cansaço deslumbramento
nos teus olhos o meu ninho
o meu tormento
Agarra-me
com as mãos etéreas da distância
Beija-me
sôfrega esfomeada milenar
Não deixes que pare de te sonhar
Não temo a desilusão
Pois até numa miragem
existe consolo
esperança
eternidade
e salvação
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Implosão
tudo acabou
as estrelas dobraram-se pelo estômago
sangraram olhos
desligaram cintilações
tremeluzentes planetas implodiram vazios
aqui estou eu
flutuando
tudo desapareceu
acabou
fontes secaram
rios inverteram o seu fluxo
árvores nasceram definhadas
pássaros sem asas
ou coração
sóis sacrificaram-se na tua lembrança
porque para ti nunca chegou um universo
tudo morreu
acabou
esqueceste-me e sou nada!
as estrelas dobraram-se pelo estômago
sangraram olhos
desligaram cintilações
tremeluzentes planetas implodiram vazios
aqui estou eu
flutuando
tudo desapareceu
acabou
fontes secaram
rios inverteram o seu fluxo
árvores nasceram definhadas
pássaros sem asas
ou coração
sóis sacrificaram-se na tua lembrança
porque para ti nunca chegou um universo
tudo morreu
acabou
esqueceste-me e sou nada!
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Lágrima de nada
Esta lágrima é uma lágrima de nada
Nela sobrevive o desespero de te querer desesperada
louca na minha loucura
conhecendo o destino
entregando no teu corpo o futuro
desenhando nos teus lábios promessas
sabendo que estaria aí
perto do fim do meu passado
abrindo essa porta no limiar dos teus olhos
abandonando-me na tua pele
Esta é uma lágrima de nada
sem sal
profundamente líquida
como a ponta dos meus dedos no teu peito
E, tu que secaste as minhas lágrimas, devolveste-me um mar de dor
(diariamente a tua não-presença continua a assombrar-me...)
Nela sobrevive o desespero de te querer desesperada
louca na minha loucura
conhecendo o destino
entregando no teu corpo o futuro
desenhando nos teus lábios promessas
sabendo que estaria aí
perto do fim do meu passado
abrindo essa porta no limiar dos teus olhos
abandonando-me na tua pele
Esta é uma lágrima de nada
sem sal
profundamente líquida
como a ponta dos meus dedos no teu peito
E, tu que secaste as minhas lágrimas, devolveste-me um mar de dor
(diariamente a tua não-presença continua a assombrar-me...)
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