sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

De vazio em vazio

Comemoro hoje simbolicamente o fim de um vazio
recebo de braços abertos outro igual
nesta passagem borbulhante de cansaço tilintando
acolhendo um novo anoitecer
em tudo igual aos que foram
aos que virão.
E de vazio em vazio vou saltando
no fio dos etéreos muros sangrando
no escuro, cada vez mais ténue
o teu olhar, a tua alma, a minha guia.
Fecho os olhos, sonho-te, não te quero perder.
Despeço-me, por isso.
Até breve, quem sabe,
numa floresta, um dia...
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R V
.
.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Triskell


sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Renascimento



Esta triste quase obrigação
de ser feliz e solidário!

Afinal, é natal.

Recuso essa capa
que tantos vestem.
Está gasta, usada, bolorenta.
Afivelar um sorriso
engolir o desespero.

Afinal, é natal.

Mas nos caminhos perdidos
não há árvores nem estrela
para aqueles que cruzam as passagens
de olhos fechados.
Se me fosse concedido voltar
e agarrar a tua mão
acariciar o teu cabelo
percorrer os limites dos teus lábios.
Se me fosse concedido saber
os segredos escondidos onde tu estás.

Afinal, é natal.

E eu queria que fosse primavera.



DIREITOS DE AUTOR: http://www.worldartfriends.com/pt/club/poesia/renascimento

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O Mundo ao Contrário (2004) - Xutos e Pontapés

"Se gosto de ti, se gostas de mim, se isto não chega tens o mundo ao contrário..."

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Sonhos perdidos



Se nunca me amaste,
porque é que os teus lábios
formularam palavras impronunciáveis
na distância do horizonte
e humedeceram os meus no abraço dos corpos?
Se nunca acreditaste,
porque disseste acreditar
e pediste o viajar das minhas mãos,
o percorrer do meu olhar?
Há palavras que só se dizem
no silêncio das palavras,
promessa de dias que não têm anoitecer.
Se nunca me amaste
mas pronunciaste
e disseste acreditar
de nada valeu a distância e o infinito,
o silêncio do encontro dos meus lábios.
De nada valeu sonhar.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Estranhos, consciência e extraterrestres



Deixaste de ser estranha desde a primeira palavra que escreveste.
E deixaste, num plano de consciência no limiar daquela zona cinzenta de onde vêm os sonhos. Aqueles sonhos que Merlin traçou e pelos quais Vivianne o aprisionou.
Tudo são lendas, projecções, mas com elas o passado e o presente marcam a nossa alma.
E está tudo nos teus olhos... se pudesse olhar para eles.
Julga-me brandamente, porque deliro.
Queria apenas que me tivesses concedido continuar a desvendar quem conheci sem conhecer.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Persistência



Eu não procuro reconhecimento
na persistência das palavras que me assombram
Sou eu só
Descobri pouco a pouco
o que tu nem sabes que existe
do outro lado do ar pegajoso que te rodeia
que te envolve
e se cola aos teus pulmões
Estendo a imperfeição dos meus defeitos
um tapete áspero agreste e repulsivo
Sou eu só
Virtuosamente feio e vazio
marca insustentável que precede o abandono
estrada que asfalto na passagem do meu sangue
gotas de embaraço da paixão eremita
alojada no santuário do meu peito
Sou eu só
tudo o que dei
tudo o que sonhei
fui sempre eu
e é tudo o que sei