segunda-feira, 28 de junho de 2010

Estrela Guia - Anjos do Hanngar

recordações

domingo, 27 de junho de 2010

Enjoy The Silence

As sombras dançam na ponta dos teus dedos
sorriem como flores da madrugada
A tua voz solidifica as gotas intermitentes
nos olhos das pedras que espreitam no caminho
Nas árvores que crescem irreverentes no meu peito
um suspiro ao ritmo calmo e sereno das nuvens
sobrevoando a tua alma
Estou aqui Não estou
Divido-me entre o querer e o partir
Não sou Nem me sei eu
Aproveita o silêncio que está por vir
agora que me despeço

sábado, 26 de junho de 2010

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Encerrando capítulos


Já não é o mar que me retém. É da areia que tenho medo, que me segura. Nela me afogo e morro. E volto para trás.
Um último olhar para a imensidão antes de virar costas ao infinito azul.
A angústia visionária faz-me acreditar que, no horizonte, as marcas que vejo são os teus olhos despedindo-se.
Afasto-me da praia onde me abandonei e acreditei por tanto tempo. Deixo nela a maior parte de mim, a melhor, aquela que te ofereci.
Quem sabe um dia darás à costa.
Caminho para o interior, por entre o mato nas dunas, vacilando a cada passo, tropeçando na saudade.
Não procuro mais as florestas onde depositei o meu futuro. Já não há mais magia, já não há mais elfas e elfos.
Pela primeira vez revejo-me um ser humano normal, tão normal como os outros, e não gosto do que vejo. Falta-me a ilusão e o sonho.
Será que imaginas a eternidade da minha dor? Daria anos de vida, sem hesitar, para te ver e ouvir uma última vez.
Abraço-te e beijo-te na minha loucura. Digo-te adeus.
E parto.
Nunca te esquecerei.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Cansaço

Tudo acaba, dizem.
Nós acabamos.
Hoje, ninguém duvida que a paixão não dura.
Que o amor acaba por morrer.
Parece, pois, que nada permanece.
Até um blog, onde alinhamos frases imperfeitas, um dia acaba.
A chama que o alimenta acaba por se desvanecer.
Ou, então, vence o cansaço de lutar e o fraquejar nas intenções.
A cada "post" existe a secreta possibilidade de nada se seguir.
E ficar, aqui, o prolongamento do vazio que me derruba.
Se, ao menos, a tua voz me mordesse as entranhas, quem sabe...
A eternidade apenas a um passo, e eu finito.
Será que só eu acredito?
.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Sintra [13.06.2010]

numa vila de lendas, a tua lenda
num castelo perdido na montanha da alma, a pedra
o verde

as árvores

as ruínas de mim

procurando o mar que nos separa...

Sintra... de nós.


domingo, 13 de junho de 2010

Asas

São precisas asas que vão nascer no exacto lugar das feridas abertas nos meus braços pela tua partida.
É preciso voar, se as asas nascerem.
O ar cicatrizando os devaneios e cumprindo o seu desígnio como previsto.
Elfa, dá-me asas!
Preciso de subir mais alto, ir mais longe.
Empresta-me a tua imensurável leveza tecida nas florestas.
Se cair, é porque não acreditei no céu que desenhaste no meu corpo.

sábado, 12 de junho de 2010

Ausência

Ao vazio que antes existia, junto agora outro, como um coleccionador de ocasos.
O vazio de ser estranho à tua palavra, que me evita e não conhece.
Nas minhas mãos pouco mais recebo que a estranheza de plástico com que escrevo, e o não saber quem lê os segredos, os desejos e a dor que tenho para contar.
A realidade é estares do outro líquido lado em que me encontro, passando o tempo a tricotar ideias e raios de sol nos finíssimos fios do teu cabelo.
Lembro-me, faz tempo, dos teus lábios serenos e brilhantes articulando sons esquecidos e confortáveis nos meus ouvidos.
Ou talvez seja diferente e tudo não tenha passado de ilusão da minha pele.
Afinal, no meu desespero, talvez te tenha inventado assim, indiferente ao eco dos meus passos.
Sei que me lês. Mas não sei o que vês.

E não existindo na janela dos teus olhos, não existo no mundo onde te espero.


sexta-feira, 11 de junho de 2010

Namaste


Luna


Este gato tonto já foi o "nenezinho" de alguém!

Muse - Undisclosed Desires

Como foi...

O meu amor por ti sempre foi como foi. Sério, sentido, verdadeiro.
Nunca me pesará na consciência.
Agora, que sou já um estranho para ti, só a minha loucura te mantém viva em mim, assim.
Com toda a saudade e dor que transporta, é doce a loucura que a cada momento me recorda, essa doce loucura que me abraça quando sinto a tua falta.

Um dia... Flamingos-Lábios-Amar

Fronteiras e Barragens




Neste feriado de 10 de Junho, decidi visitar as Terras do Grande Lago, o Alqueva.
Um interregno na história, na vontade de escrever.
Porque sempre que escrevo me exagero e agiganta-se a dor e o amor.
Talvez precise de passar fronteiras e cicatrizar feridas.
Vou pensar nisso.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Palavras sufocadas

Tanta coisa que ficou por dizer e retida no meu peito!
Como se fosse um dique ou barragem que doma um rio selvagem, onde as palavras batiam e afundavam lentamente.
Receio de te falar? Ou receio que as palavras fossem, para ti, apenas palavras?
Que não sentisses a sua essência, a sua maravilha, o seu brilho, que não sentisses que cada uma delas se formava no caldeirão de um vulcão adormecido, de onde brota esta nascente de dor com milhares de anos.
Que não sentisses como eram livres e sentidas e como queriam correr, arrastando tudo na sua frente, até chegar à tua foz...
E construí esse dique que as reteve, essa barragem que me conteve, essa prisão húmida e escura, onde agora o meu amor apodrece lentamente, sem nunca ter podido gritar por ti.
Não me deste tempo.
Hoje, de nada me serve, libertar as palavras retidas, os sons aprisionados, o amor estrangulado e amordaçado, as mãos escravas da tua pele, os lábios impronunciáveis nos teus.
Hoje, sufocadas as palavras, já não as ouves, não queres ouvir.
E eu sepulto-as novamente neste escuro esquife líquido, de onde se libertam, timidamente, em lágrimas de lembrança.
Sim, chorei e choro por ti! E porque não, meu amor?
Se gosto de ti.

Email

Já uma vez escrevi que estava preparado para quase tudo nesta vida, mas não para te encontrar, nem para te perder.
E, sobretudo, nunca poderei estar preparado para te esquecer.
Como poderei? Como poderei deixar que a tua imagem, as marcas que deixaste, o que senti e sinto, se perca num qualquer canto da memória?
Gosto de pensar que um dia, depois de me tornar esquecimento no mundo, continuaremos nesse espaço/tempo contínuo e nos voltaremos a encontrar.
Gosto de pensar que, nesse outro tempo, poderemos caminhar juntos.
E finalmente me salvarás.
Gosto de pensar que esse espaço e tempo são realidade, e que viveremos nessas florestas mágicas, que existiram, existem e existirão.
Porque imagino que, sem elas, sem ti, sem o que representam, este mundo não resistiria.
São elas, a sua magia, os seus sonhos, que mantêm o universo unido e coeso.
Gosto de pensar que vim de longe, onde te conheci, e que, perdendo-te e ganhando-te, cheguei aqui, onde estou. Gosto de pensar que irei para longe, onde te reencontrarei.
Mas hoje, mais do que nunca, sei que não é assim.
São apenas devaneios, desejos, alucinações, que me consomem.
Mais do que nunca, continuo esta caminhada sozinho.
Mais do que nunca, sinto-me completamente estranho no mundo.
A cada dia que passa a minha alma é mais pequena e finita.
Perdida num vendaval de florestas cada vez mais distantes...
Mas, se sei que devo esquecer-te, que não posso obrigar-te a amar-me, porque será que todos os dias te sinto tão presente?

Só eu

Agora sou só eu.
Com esse terrível castigo de saber o que a vida poderia ter sido e não foi, e esse outro de saber que nunca te vou esquecer!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Gostar de ti

Gostar de ti é simples.
Não é nenhum mistério.
Não há destino, segredos nem magia.
És tu, apenas.
E o meu amor a vibrar nas cordas do tempo.
Todos temos de morrer.
Quando chamarem por mim, quero que seja por algo que valha a pena.
Que deixe na minha alma a marca do futuro por nascer.
Que eu receba, de bom grado, o descanso necessário, e ao fechar os olhos veja os teus.
Um sorriso nos lábios, e adeus!

Na altura exacta, será por amor...
Porque não?

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Poço

Construí diques e mais diques, barragens e mais barragens, fronteiras e mais fronteiras, plantei pedras pelo chão.
Mas não construí as estradas, os caminhos, as pontes, os barcos.
E tropecei a cada passo.

Sempre mais longe de ti, no fundo deste poço.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Ciclos

Repentinamente, o vazio volta a instalar-se no amplo espaço que antes ocupavas.
A sensação estranha de estar cheio de nada.
Tomo consciência do pouco valor que tenho, dos meus vigorosos defeitos e das minhas apáticas e residuais qualidades.
Será que, finalmente, cedeu dentro de mim o orgulho, a vaidade, e saiu olímpica vencedora a dor?
Continuo um estranho que se desloca sem destino, sem ordem, sem vontade.

A ternura, nessa nascente de mãos e lábios, é palácio onde se desenvolve a loucura.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Exorcizo-te-me

Nesta agonia fora de tempo, sonho que possa um dia existir um deus.
Um qualquer.

Porque preciso de te exorcizar, arrancar, extirpar de mim.

Levanto as minhas mãos, sim essas, as mesmas que te tocaram, e tento inventar um ritual de purificação, ou sublimação, que faça desaparecer esta sensação da ponta dos meus dedos.
Invoco a entidade, se é que há uma, para me ajudar nesta tarefa.

Porque preciso de te exorcizar, arrancar, extirpar de mim.

Os meus lábios balbuciam palavras desconexas nesta reza, tentando esquecer o sabor dos teus e como eles roçavam levemente pelos meus, determinando o desejo insaciável de ti.

Porque preciso de te exorcizar, arrancar, extirpar de mim.

Sei que estás tão mesclada, interligada, numa simbiose de proporções cósmicas, que poderá ser fatal este exorcismo.
Mas necessário.

Porque preciso de te exorcizar, arrancar, extirpar de mim.

Exorcizo-te de mim
Exorcizo-me de ti
Exorcizo-te-me
Ajoelho-me...
Cedo...
Revolto-me...
Mas continuas...
Que eu não saiba não sentir...
Que mistério é este que mexe com o mais profundo da fonte das águas?

quarta-feira, 2 de junho de 2010

"vem me buscar"

Sem dar por isso, as imagens e os sons foram passando por mim, formando as horas e os dias.
A vida passou ao meu lado, ou talvez tenha sido eu a passar cego ao lado da vida.
Nalgum ponto terei errado.
Como é que cheguei até aqui?
Quando é que vou partir?
"vem-me buscar"
Não sei ir sozinho.


Straight to number one



Rodeando as árvores

Sim, é por isso que estou aqui, a tua ausência a pesar toneladas nos meus dedos, esmagando as letras e palavras, sangrando pelos meus olhos até se fecharem e ficar adormecido.
Somos quase-conhecidos-estranhos que temem falar.
A morte dos sentidos deve ser assim, silenciosa, como o som da elfa rodeando as árvores.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Se ao menos soubesse cantar-te

É assim que eu me lembro.
Não quer dizer, necessariamente, que a minha memória seja exacta e fiel em todos os pormenores. Não posso garanti-lo, nem jurar que assim seja.
Na verdade, é bem mais certo que o enevoado e emaranhado de pensamentos se tivessem tornado na manta felpuda e quente onde, confortavelmente, aconchego as minhas imprecisas recordações.
O tempo e a idade não ajudam, decerto, à fiabilidade das memórias.
Não é que esteja especialmente preocupado ou aborrecido por ser assim.
São essas as minhas lembranças, e que se lixe quem vier dizer que foi diferente.
Se há coisas a que posso chamar minhas, são essas. As memórias. Mesmo quando quem dança nelas esteja agora virada para outros palcos e outras músicas.
Poderia servir-me de consolo, de paliativo, o facto de saber que, talvez, os bons momentos não tenham sido tão bons como recordo, e os maus, tão maus como senti. Mas, com a relatividade da nossa condição humana, e da nossa razão, também posso, igualmente, pensar que a moderação do tempo faz crer que foi apenas bom aquilo que foi extraordinário... e, assim, o efeito é o contrário.
De qualquer forma, a ternura com que te penso continua a dar-me a certeza absoluta de ti.
Passamos a vida fechar portas, algumas com correntes e cadeados de ferro fundido em desencanto e forjado em lágrimas por um qualquer serralheiro maquiavélico, mas tentamos deixar sempre aberta aquela por onde fugimos e nos perdemos, onde nos espojamos e ronronamos de felicidade adiada.
Hoje, resta-me o sol para aquecer a minha pele quando, no que me lembro, era a tua que me aquecia.

Se ao menos soubesse cantar-te e trazer-te de volta em mim, livre, na melodia…