sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O que eu sei




Sei coisas de ti em mim que não conto porque não as sei dizer nem escrever.

Talvez se soubesse, e pudesse, o desenho de cada letra, cada vírgula, cada ponto mudasse diariamente o meu ser.

Não estranhes, por isso, que o segredo me silencie e não oiças mais que um simples sussurro.

Assim como brisa suave que acaricia a copa das árvores e se envolve, preguiçosamente, beijando o sol.

De tudo isso eu sei e, ainda, o que no mais profundo dos teus olhos aprendi e nunca esquecerei.


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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Limites



Há limites para tudo.
E nós, balançando entre as fronteiras, desorientados, traçando linhas sem começo nem fim.
Imaginamos portas e janelas onde só existem paredes e muros.
Recusamos a realidade, na obsessão egoísta da procura de uma felicidade perfeita que só existe no universo doentio que ficcionamos.
Falamos, discursamos, reflectimos, sobre um amor que não conhecemos e a que, provavelmente, voltamos as costas quando nele tropeçamos.
Há limites para tudo.
Eu traço os limites da minha própria insatisfação.
Desenho a minha própria agonia.
Danço uma valsa mortal com a minha própria dor.
E os limites lá estão, a rir-se de mim...

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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Acto de fé



é assim que me crucifico
abrindo os meus braços
na misericórdia de um amor
que não vivi
é assim que me torno mártir
excluindo-me do bater das sombras
caídas pelos cantos
dos olhos nas montanhas
é assim que ressuscito
ressurjo
reergo
arrancando os pregos
desta cruz que não pedi




DIREITOS DE AUTOR: http://www.worldartfriends.com/modules/publisher/article.php?storyid=32305

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Loreena McKennitt - Penelope's Song (HQ)

Nas palavras de Loreena, esta é uma música sobre aqueles que partem e esperamos, esperamos e esperamos que um dia voltem...

"Manterei o teu coração no meu, até que voltes para mim."

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Eras fonte...



Não eras tu quem me fazia respirar, nem era por ti que eu respirava. Era, no entanto, a suavidade da brisa que te agitava os fios dos cabelos, que percorria o meu corpo como um arado sem voz.
Decididamente sempre soube que poderia viver sem ti, embora muitas vezes pensasse que preferia morrer.
O sabor dos teus lábios aflora ainda nos meus, como água que brota de uma nascente por entre as pedras do passado.


Eras fonte, e eu a líquida razão de te amar.



DIREITOS DE AUTOR: http://www.worldartfriends.com/modules/publisher/article.php?storyid=32291

terça-feira, 5 de outubro de 2010

domingo, 3 de outubro de 2010

No silêncio, o amor




o amor não vem em cápsulas, não vem em caixas,
não se compra, não se vende,
não se oferece, não se dá.
o amor é maior do que qualquer juízo que façamos sobre ele.
O amor não se limita por palavras, não se explica.
o amor transcende-nos.
almas que se encontram e se reconhecem.
um dia deixaremos de ser egoístas.
um dia deixaremos de falar sobre o amor.
deixaremos de nos queixar, de lamentar, de dar desculpas.
um dia, no silêncio, simplesmente viveremos o amor.



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