segunda-feira, 21 de junho de 2010

Encerrando capítulos


Já não é o mar que me retém. É da areia que tenho medo, que me segura. Nela me afogo e morro. E volto para trás.
Um último olhar para a imensidão antes de virar costas ao infinito azul.
A angústia visionária faz-me acreditar que, no horizonte, as marcas que vejo são os teus olhos despedindo-se.
Afasto-me da praia onde me abandonei e acreditei por tanto tempo. Deixo nela a maior parte de mim, a melhor, aquela que te ofereci.
Quem sabe um dia darás à costa.
Caminho para o interior, por entre o mato nas dunas, vacilando a cada passo, tropeçando na saudade.
Não procuro mais as florestas onde depositei o meu futuro. Já não há mais magia, já não há mais elfas e elfos.
Pela primeira vez revejo-me um ser humano normal, tão normal como os outros, e não gosto do que vejo. Falta-me a ilusão e o sonho.
Será que imaginas a eternidade da minha dor? Daria anos de vida, sem hesitar, para te ver e ouvir uma última vez.
Abraço-te e beijo-te na minha loucura. Digo-te adeus.
E parto.
Nunca te esquecerei.

1 comentário:

Anónimo disse...

As memórias fazem parte de nós, ajudam-nos a viver o presente e o futuro, futuro esse que trará novos sonhos, outras quimeras, sem que se esqueçam os sonhos que ficaram para sempre sepultados no mundo do onírico...