quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Sonhos perdidos



Se nunca me amaste,
porque é que os teus lábios
formularam palavras impronunciáveis
na distância do horizonte
e humedeceram os meus no abraço dos corpos?
Se nunca acreditaste,
porque disseste acreditar
e pediste o viajar das minhas mãos,
o percorrer do meu olhar?
Há palavras que só se dizem
no silêncio das palavras,
promessa de dias que não têm anoitecer.
Se nunca me amaste
mas pronunciaste
e disseste acreditar
de nada valeu a distância e o infinito,
o silêncio do encontro dos meus lábios.
De nada valeu sonhar.

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