Amo-te.
Na forma de leveza tão intensa das coisas que se amam
como o teu sorriso
o desenho dos teus lábios que traço com os meus dedos
ou talvez com a minha língua.
A mesma que finge ceder perante a tua
para logo serenamente te vencer, nua.
Amo-te.
Como se amar-te fosse a última coisa a fazer
num mundo imperfeito e em ruínas
com prédios desabando pelas esquinas
das manhãs hirtas e geladas
procurando destino nas flores a nascer.
Amo-te.
Na forma de leveza tão intensa das coisas simples sem história
que se desdobram em insustentáveis carícias e, assim
nos levam em espanto ascendendo ao céu.
Amo-te.
Na forma de leveza tão intensa e peremptória
que não promete fim
enquanto fores minha e quiseres que seja teu.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Gerry Rafferty - Whatever's Written In Your Heart
whatever is written in your heart, it is all that matters, you will find a way to say it all someday...
(O quer que esteja escrito no teu coração, é tudo o que interessa, encontrarás uma maneira de dizer tudo um dia...)
(O quer que esteja escrito no teu coração, é tudo o que interessa, encontrarás uma maneira de dizer tudo um dia...)
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
terça-feira, 18 de outubro de 2011
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Brilho
Há pessoas inesquecíveis.
Mesmo quando se torna pesado, doloroso, não esquecer.
Como seria bom poder meter as mãos dentro do peito e arrancar a dor que o dilacera. Arrancar a tua memória, o teu cheiro, a tua imagem, a tua voz, a tua presença.
Ou morrer.
Talvez tivesse sido melhor não conhecer a glória, para viver condenado ao deserto...
Melhor seria não conhecer o sabor da água fresca, do que ter sede pelo resto dos dias...
Preferia morrer e não me lembrar. Vaguear pelas gélidas dimensões infinitas da escura imensidão e não me lembrar que houve luz um dia. Calor.
Pior do que morrer é estar morto vivo.
Pois me impedes de amar. Por que te amo.
Pois me impedes de viver. Por que te vivo.
Renuncio a mais dias.
De tortura já basta, renuncio a uma vida eterna de lembrança.
Quero ser apenas pó. Espalhado pelo universo.
E um dia nascer de mim uma flor sem nome, que ninguém vai saber quem é.
Mesmo quando se torna pesado, doloroso, não esquecer.
Como seria bom poder meter as mãos dentro do peito e arrancar a dor que o dilacera. Arrancar a tua memória, o teu cheiro, a tua imagem, a tua voz, a tua presença.
Ou morrer.
Talvez tivesse sido melhor não conhecer a glória, para viver condenado ao deserto...
Melhor seria não conhecer o sabor da água fresca, do que ter sede pelo resto dos dias...
Preferia morrer e não me lembrar. Vaguear pelas gélidas dimensões infinitas da escura imensidão e não me lembrar que houve luz um dia. Calor.
Pior do que morrer é estar morto vivo.
Pois me impedes de amar. Por que te amo.
Pois me impedes de viver. Por que te vivo.
Renuncio a mais dias.
De tortura já basta, renuncio a uma vida eterna de lembrança.
Quero ser apenas pó. Espalhado pelo universo.
E um dia nascer de mim uma flor sem nome, que ninguém vai saber quem é.
Melissa Etheridge - It Will Be Me (Video, Letra e Tradução)
LETRA
It Will Be Me (Serei eu)
Se ouvires uma voz, no meio da noite
Dizendo que tudo irá dar certo,
Serei eu
Se sentires uma mão te guiando
Quando o caminho parecer errado,
Serei eu
Não há montanha que eu não possa escalar
Por ti eu nadaria através dos rios do tempo
Enquanto segues o teu caminho, e eu sigo o meu
Uma luz irá brilhar,
E serei eu
Se há uma chave que vai para o teu coração
Uma parte especial,
Serei eu
Se precisares de um amigo, chama ao vento
Para abraçar-te novamente,
Serei eu
Oh, como o mundo parece tão injusto
Criando um amor, que não pode ser partilhado
Enquanto segues o teu caminho, e eu sigo o meu
uma luz irá brilhar,
E serei eu
Depois da eternidade
Haverá um lugar para dois
Nas tuas lágrimas e riso
eu estarei lá para ti
No sol e na lua
Na terra ou no mar
Olha à tua volta
Serei eu
Não há montanha que eu não possa escalar
Por ti eu nadaria através dos rios do tempo
Enquanto segues o teu caminho, e eu sigo o meu
uma luz irá brilhar,
E serei eu
Serei eu...
Serei eu...
terça-feira, 16 de agosto de 2011
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Lisboa - Lorient (Quinta Etapa - 13 de Agosto) - O regresso - O fim?
Última etapa, o pequeno-almoço em Soldeu antes de partir para 1200 kms até Lisboa.
Estrada de Soldeu até à cidade de Andorra La Vella
Lisboa - Lorient (Quarta Etapa - 12 de Agosto) - O regresso
Autoestrada A62 (autoroute des Deux-Mers) que liga Lorient ao Principado de Andorra.
Perdida no meio da estrada, a área de descanso de Bruch... tinha de entrar... parar... e sair... mais forte do que eu...
Lisboa - Lorient (Terceira Etapa - 10 e 11 de Agosto) - 5ª parte
Uma musiquinha de rua para despedida no último dia...
Em todos os bares tocavam música na rua a partir da meia-noite mas, infelizmente, começou a chover...
Lisboa - Lorient (Terceira Etapa - 10 e 11 de Agosto) - 4ª parte
Novamente o Hotel Ibis de Pontivy e a última noite no festival de Lorient (a Cúpula das Diásporas Celtas e seu Triskell luminoso reflectido na cobertura)
domingo, 14 de agosto de 2011
Lisboa - Lorient (Terceira Etapa - 10 e 11 de Agosto) - 1ª parte
Sempre maravilhosa...
A entrada para a Floresta de Artur em Huelgoat
O começo do caminho de La Mare aux Sangliers
Lisboa - Lorient (Segunda Etapa - 9 de Agosto)
Lisboa - Lorient (Primeira Etapa - 8 de Agosto)
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Faz de conta que este post não existe...
sábado, 6 de agosto de 2011
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Perfunctório
Já não sei quem és. Mas é para ti que escrevo.
Tu que prevês o nascer das manhãs com as impressões digitais únicas da vida cravadas na tua pele exaltada pelo sol.
Já não sei quem és. Mas é por ti que escrevo.
Nas noites que antecedem o tumulto do silêncio e a ficção do futuro no amanhecer que vês e eu para mim invento sem sucesso ou surpresa.
Já não sei quem és. Mas é de ti que escrevo.
Sentindo a dor de outras dores em óleos que pintores mortos espalharam nos campos feitos telas ao som de cores e vibrações que queriam mas nunca conseguiram entender.
Talvez te encontre nos rios sem nascente nem foz, sem margens nem correnteza.
Talvez me encontre quando já não precisar de saber de ti
e a memória do tempo já não precisar de saber de mim.
Tu que prevês o nascer das manhãs com as impressões digitais únicas da vida cravadas na tua pele exaltada pelo sol.
Já não sei quem és. Mas é por ti que escrevo.
Nas noites que antecedem o tumulto do silêncio e a ficção do futuro no amanhecer que vês e eu para mim invento sem sucesso ou surpresa.
Já não sei quem és. Mas é de ti que escrevo.
Sentindo a dor de outras dores em óleos que pintores mortos espalharam nos campos feitos telas ao som de cores e vibrações que queriam mas nunca conseguiram entender.
Talvez te encontre nos rios sem nascente nem foz, sem margens nem correnteza.
Talvez me encontre quando já não precisar de saber de ti
e a memória do tempo já não precisar de saber de mim.
sexta-feira, 10 de junho de 2011
sábado, 28 de maio de 2011
terça-feira, 24 de maio de 2011
O verso guardado em mim
Dentro de mim colo os pedaços rasgados
das palavras do poema que não sei escrever e nunca ouvirás dizer.
Eu não escrevo para vós
não quero saber se me lêem.
Rasgo as palavras vazias nas paredes nuas
cárcere dos meus olhos.
Que é feito do meu corpo?
Já não reluz nas madrugadas adiadas.
Que é feito dos teus lábios fechando-se sobre os meus?
Tenazes sem perdão lançadas nas paredes vazias
onde releio sem cessar os meus versos nus
mãos viajando em círculos virtuais de estranha psicose
desenhando janelas que nunca abrirão
corroídas por olhos abertos
presos no cimento frio.
Não escrevo para ninguém
nem quero saber se me lês.
Dentro de mim colo os pedaços rasgados
das palavras do poema que não sei escrever e nunca ouvirás dizer.
das palavras do poema que não sei escrever e nunca ouvirás dizer.
Eu não escrevo para vós
não quero saber se me lêem.
Rasgo as palavras vazias nas paredes nuas
cárcere dos meus olhos.
Que é feito do meu corpo?
Já não reluz nas madrugadas adiadas.
Que é feito dos teus lábios fechando-se sobre os meus?
Tenazes sem perdão lançadas nas paredes vazias
onde releio sem cessar os meus versos nus
mãos viajando em círculos virtuais de estranha psicose
desenhando janelas que nunca abrirão
corroídas por olhos abertos
presos no cimento frio.
Não escrevo para ninguém
nem quero saber se me lês.
Dentro de mim colo os pedaços rasgados
das palavras do poema que não sei escrever e nunca ouvirás dizer.
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Caçador
Sementes
lançadas bem alto nos céus
para que raízes pudessem dar fruto
nas nuvens mais altas.
Um desígnio recheado de memórias
viajando no âmago de estranhos mascarados
de futuros apocalípticos.
Quando nasci não me deram nome porque possa ser chamado.
Não me deram a esperança
de crescer nas tuas mãos.
Fui pelos caminhos sem glória
presa fácil do destino
disfarçado de caçador.
sábado, 21 de maio de 2011
Clausura

Não te deixes embriagar
de dedos mágicos e saliva
redondos apóstolos de olhos ígneos.
Envolve-nos a expectativa dos sons
sem música e os ruídos turbulentos
da voz que declama
tudo o que deixou de ser.
As janelas cerraram a passagem
do corpo ainda frio
e as portas violaram os passageiros
do amanhã
abusando da vertigem dos fetos
por nascer
em matrizes secas
envelhecidas.
Não foi a vontade dos deuses
que nos trouxe aqui.
Foi a vontade sem vontade
de espíritos acomodados
que nunca chegaram a ser gente.
de dedos mágicos e saliva
redondos apóstolos de olhos ígneos.
Envolve-nos a expectativa dos sons
sem música e os ruídos turbulentos
da voz que declama
tudo o que deixou de ser.
As janelas cerraram a passagem
do corpo ainda frio
e as portas violaram os passageiros
do amanhã
abusando da vertigem dos fetos
por nascer
em matrizes secas
envelhecidas.
Não foi a vontade dos deuses
que nos trouxe aqui.
Foi a vontade sem vontade
de espíritos acomodados
que nunca chegaram a ser gente.
terça-feira, 17 de maio de 2011
Inevitável e Celeste
Se morrer
ninguém dará por isso,
será apenas menos uma
das menos brilhantes estrelas
que se apaga nesta abóbada agreste
e da contabilidade humana
se extingue lentamente.
Há muito me cansei de ser inevitável e Celeste!
Não me importo, portanto, que assim seja,
que à minha última morada
ninguém vá,
ninguém chore por mim,
já que sei bem o peso de viver
afrontando a correnteza
de um rio que nasce por alguém.
Se sempre caminhei sozinho,
não será nesta viagem,
com asas negras emprestadas
por um anjo cego e morto,
que me perderei neste caminho
e perderei o rumo para o meu porto.
Por uma vez,
acompanhando a aragem,
que suave envolve o pinho,
vou sem stress, pressa ou tristeza,
ritmado e a compasso,
devagar, devagar,
devagarinho.
ninguém dará por isso,
será apenas menos uma
das menos brilhantes estrelas
que se apaga nesta abóbada agreste
e da contabilidade humana
se extingue lentamente.
Há muito me cansei de ser inevitável e Celeste!
Não me importo, portanto, que assim seja,
que à minha última morada
ninguém vá,
ninguém chore por mim,
já que sei bem o peso de viver
afrontando a correnteza
de um rio que nasce por alguém.
Se sempre caminhei sozinho,
não será nesta viagem,
com asas negras emprestadas
por um anjo cego e morto,
que me perderei neste caminho
e perderei o rumo para o meu porto.
Por uma vez,
acompanhando a aragem,
que suave envolve o pinho,
vou sem stress, pressa ou tristeza,
ritmado e a compasso,
devagar, devagar,
devagarinho.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Horas tardias
sento-me nas horas tardias
leve
com o peso das memórias que planam
no limiar das janelas escancaradas pelos temporais
assolando ruas liquefeitas de folhas queimadas
não peço nem acredito que tenham compreensão
da dor de transportar tantas vidas numa vida
sou a última que sobrevive
suportando o vazio
e não peço desculpa
leve
com o peso das memórias que planam
no limiar das janelas escancaradas pelos temporais
assolando ruas liquefeitas de folhas queimadas
não peço nem acredito que tenham compreensão
da dor de transportar tantas vidas numa vida
sou a última que sobrevive
suportando o vazio
e não peço desculpa
terça-feira, 10 de maio de 2011
Sem dúvida
Sem dúvida deste-me força, alento.
Mas nos meus olhos está ainda o frio da noite e do relento.
Mas nos meus olhos está ainda o frio da noite e do relento.
terça-feira, 3 de maio de 2011
Longe demais
Envelheço.
Pensei que podia passar os dias deitando para trás das costas as recordações.
Que podia entrar nesse jogo do "esqueço-mas-não-esqueço", que podia fugir andando em frente.
Mas os dias perseguem-me, arrastam-se, e têm o tempo exacto da percepção que tenho deles. Dias longos. Longos demais.
São segundos, minutos e horas do dilúvio em que me afogo nas lembranças.
São lugares a que talvez não volte mais. Pessoas de quem não sei e não esqueci.
Envelheço.
Como resíduo de cristais de água que evapora ao sol ou planta que seca lentamente sem raízes.
Olhares e sorrisos que se fecham, decretando o injusto perpendicular e matemático rearranjo das desilusões.
Por algum motivo está colada a mim esta certeza crispada do vazio.
E aguardo, impaciente, que cesse a realidade.
Dias longos são os meus. E foram longe demais.
Pensei que podia passar os dias deitando para trás das costas as recordações.
Que podia entrar nesse jogo do "esqueço-mas-não-esqueço", que podia fugir andando em frente.
Mas os dias perseguem-me, arrastam-se, e têm o tempo exacto da percepção que tenho deles. Dias longos. Longos demais.
São segundos, minutos e horas do dilúvio em que me afogo nas lembranças.
São lugares a que talvez não volte mais. Pessoas de quem não sei e não esqueci.
Envelheço.
Como resíduo de cristais de água que evapora ao sol ou planta que seca lentamente sem raízes.
Olhares e sorrisos que se fecham, decretando o injusto perpendicular e matemático rearranjo das desilusões.
Por algum motivo está colada a mim esta certeza crispada do vazio.
E aguardo, impaciente, que cesse a realidade.
Dias longos são os meus. E foram longe demais.
domingo, 17 de abril de 2011
Caminho
Já andei tanto. Sem saber quanto mais terei de andar. E ando, mesmo sem saber onde os meus passos me levam. Mesmo sem saber os caminhos que trilho, os sonhos que abandonei ou perdi e as memórias que esqueço. Até não saber quem sou ou o que é feito de mim.
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Abismo

Nunca descobri a razão de ser preciso descer ao fundo dos oceanos
para te encontrar enrolada debaixo das anémonas mais vistosas
e ter de filtrar as areias para respirar o teu movimento.
Nem nunca descobrirei a razão de estar sentado no vazio
escuro e sem cor sabendo que nenhum som me virá despertar.
As ondas e correntes são as mesmas. Frias revoltas traiçoeiras e perigosas.
Só eu mudei. Deixei crescer a loucura que se instalou nos pedaços
do coral seco e quebradiço em que se transformou o meu coração.
Outra maré será precisa para devolver a plenitude da luz à escuridão dos meus olhos.
E eu precisarei de me transformar num habitante vivo dos recifes para me sustentar
do plâncton que circula na vertigem do abismo do teu corpo.
domingo, 10 de abril de 2011
A pior metade de mim
esse pequeno lapso no tempo
que constrói a memória
(como se do intervalo retemperador
de um jogo sem glória
se tratasse),
que me fez perder a direcção
a rota, o rumo
assim como se andasse
a inflectir nos meus abraços
a perder-me nos meus passos.
Sou só metade de mim.
Talvez seja essa a história bem guardada
nesta arca sem aliança
que trago aferrolhada.
Sou só metade de mim. A pior.
A que se move, anda, fala e come
mas não consegue dormir
sonhar, viver ou ter fome.
.
quinta-feira, 17 de março de 2011
quarta-feira, 16 de março de 2011
Foges de mim
Procuro-te e tu foges de mim.
Não estás onde é mais óbvio.
Não estás nas palavras que
não encontro
não sei dizer
não sei escrever.
Não estás onde olho
se me olho ao espelho
nem por onde ando
se é a minha sombra que faz o caminho.
Procuro-te e tu foges de mim.
Desfiando nuvens
tricotando ventos
roubando o som ao encanto
nos passos que ouço no tempo.
Procuro-te! E tu foges de mim.
Não estás onde é mais óbvio.
Não estás nas palavras que
não encontro
não sei dizer
não sei escrever.
Não estás onde olho
se me olho ao espelho
nem por onde ando
se é a minha sombra que faz o caminho.
Procuro-te e tu foges de mim.
Desfiando nuvens
tricotando ventos
roubando o som ao encanto
nos passos que ouço no tempo.
Procuro-te! E tu foges de mim.
Inevitabilidade
Há dias assim!
Dias em que a inevitabilidade do destino se cruza com a volatibilidade do querer.
Dias em que a inevitabilidade se torna dolorosa, sangrenta, doentia.
Inevitavelmente te conheço e me conheces, te reconheço e tu me esqueces.
Inevitavelmente os lábios selam, mudos e serenos, um secreto pacto de abandono.
Há dias assim!
Duma inevitabilidade que faz parte do destino,
Faz parte da inocência do querer.
E os nossos inevitáveis destinos nunca se chegaram a cruzar, sem tempo,
apenas, e só, levemente, se tocaram.
Dias em que a inevitabilidade do destino se cruza com a volatibilidade do querer.
Dias em que a inevitabilidade se torna dolorosa, sangrenta, doentia.
Inevitavelmente te conheço e me conheces, te reconheço e tu me esqueces.
Inevitavelmente os lábios selam, mudos e serenos, um secreto pacto de abandono.
Há dias assim!
Duma inevitabilidade que faz parte do destino,
Faz parte da inocência do querer.
E os nossos inevitáveis destinos nunca se chegaram a cruzar, sem tempo,
apenas, e só, levemente, se tocaram.
domingo, 6 de março de 2011
Cores que desenhas no céu
Eu sou como as cores que semeias no céu
e coloco o mesmo cuidado que tu
na condensação do meu ser
quando precisas de mim
embriagado de liquidez
Sou a nuvem na qual te entretens
imaginando figuras de algodão
rindo como uma criança
Sou o vento que dança com os teus cabelos
e afaga o teu corpo em desejo
Sou o tornado que te transporta ao vórtice
e flutua nas montanhas do teu prazer
Eu sou teu companheiro no encanto
onde não há vencidos nem vencedores
Apenas duas almas
dois corpos
e todo o tempo para amar
e coloco o mesmo cuidado que tu
na condensação do meu ser
quando precisas de mim
embriagado de liquidez
Sou a nuvem na qual te entretens
imaginando figuras de algodão
rindo como uma criança
Sou o vento que dança com os teus cabelos
e afaga o teu corpo em desejo
Sou o tornado que te transporta ao vórtice
e flutua nas montanhas do teu prazer
Eu sou teu companheiro no encanto
onde não há vencidos nem vencedores
Apenas duas almas
dois corpos
e todo o tempo para amar
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Conflito
letárgico conflito
vida e morte
duelo inacessível dos sentidos
assistir ao desfolhar do sol a cada dia
sem que estejas presente no ocaso
e cada doloroso amanhecer das praias
resguarda o sabor das ondas que me arrastam
sem resistir até não poder mais
perdido para sempre na lembrança do que foi
enquanto as asas de pássaros feridos no infinito
se prolongam nos meus braços
desenhando tranquilas o meu fim
vida e morte
duelo inacessível dos sentidos
assistir ao desfolhar do sol a cada dia
sem que estejas presente no ocaso
e cada doloroso amanhecer das praias
resguarda o sabor das ondas que me arrastam
sem resistir até não poder mais
perdido para sempre na lembrança do que foi
enquanto as asas de pássaros feridos no infinito
se prolongam nos meus braços
desenhando tranquilas o meu fim
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Miragem
Não
Não foste tu que nasceste para me salvar
nem eu a ti
Na ilusão do sangue nem sei mesmo se existes
se ao respirar dás vida ao vento
e se ao chorar
se enchem de murmúrios as águas pelo caminho
Mas é em ti que repousa este silêncio
desditas fortuna cansaço deslumbramento
nos teus olhos o meu ninho
o meu tormento
Agarra-me
com as mãos etéreas da distância
Beija-me
sôfrega esfomeada milenar
Não deixes que pare de te sonhar
Não temo a desilusão
Pois até numa miragem
existe consolo
esperança
eternidade
e salvação
Não foste tu que nasceste para me salvar
nem eu a ti
Na ilusão do sangue nem sei mesmo se existes
se ao respirar dás vida ao vento
e se ao chorar
se enchem de murmúrios as águas pelo caminho
Mas é em ti que repousa este silêncio
desditas fortuna cansaço deslumbramento
nos teus olhos o meu ninho
o meu tormento
Agarra-me
com as mãos etéreas da distância
Beija-me
sôfrega esfomeada milenar
Não deixes que pare de te sonhar
Não temo a desilusão
Pois até numa miragem
existe consolo
esperança
eternidade
e salvação
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Implosão
tudo acabou
as estrelas dobraram-se pelo estômago
sangraram olhos
desligaram cintilações
tremeluzentes planetas implodiram vazios
aqui estou eu
flutuando
tudo desapareceu
acabou
fontes secaram
rios inverteram o seu fluxo
árvores nasceram definhadas
pássaros sem asas
ou coração
sóis sacrificaram-se na tua lembrança
porque para ti nunca chegou um universo
tudo morreu
acabou
esqueceste-me e sou nada!
as estrelas dobraram-se pelo estômago
sangraram olhos
desligaram cintilações
tremeluzentes planetas implodiram vazios
aqui estou eu
flutuando
tudo desapareceu
acabou
fontes secaram
rios inverteram o seu fluxo
árvores nasceram definhadas
pássaros sem asas
ou coração
sóis sacrificaram-se na tua lembrança
porque para ti nunca chegou um universo
tudo morreu
acabou
esqueceste-me e sou nada!
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Lágrima de nada
Esta lágrima é uma lágrima de nada
Nela sobrevive o desespero de te querer desesperada
louca na minha loucura
conhecendo o destino
entregando no teu corpo o futuro
desenhando nos teus lábios promessas
sabendo que estaria aí
perto do fim do meu passado
abrindo essa porta no limiar dos teus olhos
abandonando-me na tua pele
Esta é uma lágrima de nada
sem sal
profundamente líquida
como a ponta dos meus dedos no teu peito
E, tu que secaste as minhas lágrimas, devolveste-me um mar de dor
(diariamente a tua não-presença continua a assombrar-me...)
Nela sobrevive o desespero de te querer desesperada
louca na minha loucura
conhecendo o destino
entregando no teu corpo o futuro
desenhando nos teus lábios promessas
sabendo que estaria aí
perto do fim do meu passado
abrindo essa porta no limiar dos teus olhos
abandonando-me na tua pele
Esta é uma lágrima de nada
sem sal
profundamente líquida
como a ponta dos meus dedos no teu peito
E, tu que secaste as minhas lágrimas, devolveste-me um mar de dor
(diariamente a tua não-presença continua a assombrar-me...)
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