segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

AMO-TE

Amo-te.
Na forma de leveza tão intensa das coisas que se amam
como o teu sorriso
o desenho dos teus lábios que traço com os meus dedos
ou talvez com a minha língua.
A mesma que finge ceder perante a tua
para logo serenamente te vencer, nua.

Amo-te.
Como se amar-te fosse a última coisa a fazer
num mundo imperfeito e em ruínas
com prédios desabando pelas esquinas
das manhãs hirtas e geladas
procurando destino nas flores a nascer.

Amo-te.
Na forma de leveza tão intensa das coisas simples sem história
que se desdobram em insustentáveis carícias e, assim
nos levam em espanto ascendendo ao céu.
Amo-te.
Na forma de leveza tão intensa e peremptória
que não promete fim
enquanto fores minha e quiseres que seja teu.

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