quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Persistência



Eu não procuro reconhecimento
na persistência das palavras que me assombram
Sou eu só
Descobri pouco a pouco
o que tu nem sabes que existe
do outro lado do ar pegajoso que te rodeia
que te envolve
e se cola aos teus pulmões
Estendo a imperfeição dos meus defeitos
um tapete áspero agreste e repulsivo
Sou eu só
Virtuosamente feio e vazio
marca insustentável que precede o abandono
estrada que asfalto na passagem do meu sangue
gotas de embaraço da paixão eremita
alojada no santuário do meu peito
Sou eu só
tudo o que dei
tudo o que sonhei
fui sempre eu
e é tudo o que sei

1 comentário:

Quimeras disse...

Sonhar...Sonho agreste, asfaltado de amarga saudade, onde se reflecte, virtuosamente belo, por tudo o que deu, sonhou, foi e é, um ser replecto e obstinadamente persistente...