domingo, 19 de setembro de 2010

Nada


Inventei a vontade do nada.

Pelo nada que me executa neste cadafalso delirante.
Pelo nada de ti que desmerece de todas as outras vontades.
Bebo, embriago-me, afogo-me neste nada.

E a madrugada anuncia-se de pulsos cortados sangrando o nascer do Sol.
Oiço o abrir das flores como o som da corda que estica e estala na saudade enforcada nos meus olhos.

Esta vontade vazia.
Como se o meu sangue fosse nada e o meu peito albergasse o vazio dos dias da criação.

No dia em que me esqueceres serei nada.
No dia em que te esquecer do nada saberei também.


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